quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Paraná tem três municípios entre os dez mais violentos do país


Foz do Iguaçu, Guaíra e Tunas do Paraná estão em quinto, sétimo e décimo, respectivamente entre os dez municípios com o maior índice de homicídios por habitante


O Paraná tem três municípios incluídos na lista de dez com maior índice de homicídios por habitantes do Brasil. A constatação é do relatório divulgado pela Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (Ritla) nesta terça-feira (29/1). Foz do Iguaçu, Guaíra e Tunas do Paraná estão em quinto, sétimo e décimo, respectivamente na lista das cidades mais violentas.


Curitiba está colocada em outra lista divulgada pela Ritla, ela é a sétima cidade com maior número absoluto de homicídios. Em 2006, ano analisado pela Rede, a cidade teve 874 homicídios. O número é superior aos casos de homicídio de Porto Alegre (511) e Florianópolis (155) juntas, o que torna Curitiba a capital mais violenta da região Sul. Além de alarmante, o estudo mostra que os números têm crescido. Em 2002, Curitiba teve 530 casos de homicídio. No ano seguinte, o número de casos subiu para 612. Já em 2004, foram 693 e 778 em 2005, chegando aos 874 homicídios em 2006.


Como faz de forma reiterada, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná, por meio de sua assessoria, questiona os números sobre violência no Paraná divulgados pelo estudo. "Os dados fornecidos pelas cidades através do sistema do Ministério da Saúde apresentam divergências em sua cobertura", informou em nota oficial. A justificativa é que somente o Paraná registra e repassa 100% dos crimes - o que, para a secrataria, não é feito por outros estados.


Em nenhum momento a Secretaria da Segurança comenta a crescente onda de homicídios em Curitiba. Pelo contrário, a secretaria afirma que os casos estão diminuindo e desqualifica o estudo por não especificar se o homicídio é doloso ou culposo.


Violência concentrada

O estudo também mostra que a violência no país está concentrada em apenas 10% dos municípios. Os dados da pesquisa "Mapa da violência dos municípios brasileiros 2008", referentes ao ano de 2006, mostram que nada menos do que 73,3% do total de homicídios ocorridos no Brasil foram cometidos nos 556 municípios mais violentos. Atualmente, o Brasil possui 5.564 municípios.


Os dados da pesquisa indicam que esses 10% tendem a ser municípios de grande porte, pois concentram 44,1% da população do país. Se a média nacional de habitantes por município em 2006 era de 32,6 mil habitantes, a média desses 10% era mais do que quatro vezes superior: 143,9 mil habitantes por município.


Todos os estados brasileiros possuem, pelo menos, um município fazendo parte desse grupo dos 10% dos municípios mais violentos. Excluindo o Distrito Federal (DF), que não possui malha municipal, existem estados em que parte significativa dos municípios integra esse grupo classificado como "crítico" no estudo: é o caso do Amapá, Pernambuco, Rio de Janeiro e Roraima, todos com 40% ou mais de seus municípios fazendo parte do grupo.


Em outro extremo, os estados do Amazonas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Santa Catarina têm menos de 2% de seus municípios participantes do grupo dos 10%.


Mais violento

O estudo da Ritla mostra que Coronel Sapucaia (MS) é o município com a maior taxa média de homicídios do país, levando-se em conta o número de mortes e o tamanho da população. Apesar de ter havido 13 homicídios na cidade em 2006 - que ocupava, com dados de 2004, o 3º lugar da pesquisa -, o pequeno tamanho da população (14,6 mil habitantes) faz com que, na média, Coronel Sapucaia ocupe o topo do ranking.


Capital

A capital de estado que aparece mais mal posicionada no ranking é Recife, com 1375 homicídios. Esse número coloca uma das cidades mais importantes do país em 9º lugar na lista de municípios mais violentos. Segundo dados da pesquisa, ocorrem 90,5 homicídios para cada 100 mil habitantes recifenses.


Além de Coronel Sapucaia (MS), Colniza (MT) e Recife, fazem parte da lista de 10 cidades mais violentas Itanhangá (MT), em 3º lugar; Serra (ES), em 4º; Foz do Iguaçu (PR), em 5º; Tailândia (PA), em 6º; Guaíra (PR), em 7º; Juruena (MT), em 8º; e Tunas do Paraná (PR), em 10º.


Números absolutos

A cidade em que o número absoluto de homicídios foi maior em 2006 é São Paulo, com 2.546 mortes. O Rio de Janeiro vem em seguida, com 2.273. Recife está em 3º, com 1.375 homicídios.


Em 10 anos (1996-2006), o número total de homicídios registrados em todo o Brasil passou de 38.888 para 46.660, representando um aumento de 20%, levemente superior ao crescimento da população, que, segundo a pesquisa, foi de 16,3% no mesmo período.


Taxas caindo

Os dados do estudo mostram que o número de homicídios registrou um crescimento regular até 2003, com aumentos elevados em torno de 4,4% ao ano. Já em 2004, essa tendência história se reverte de forma significativa: o número de homicídios cai 5,2% em relação a 2003, fato diretamente ligado, para os responsáveis pelo estudo, à política de desarmamento desenvolvida pelo governo federal naquele ano.


Nos anos seguintes, as taxas de homicídios continuaram caindo, mas em um ritmo menor, segundo a pesquisa. Dessa forma, entre 2003 e 2006, as quedas anuais são da ordem de 2,9%, fato também atribuído, pelo estudo, às políticas de desarmamento, incluindo o resultado do referendo, favorável à entrega das armas de fogo por parte da população.


Metodologia

A última edição do "Mapa da violência dos municípios brasileiros" foi publicada em 2007, mas continha apenas informações e indicadores de mortalidade coletados até 2004. Como o Ministério da Saúde disponibilizou os dados até 2006, a Ritla decidiu elaborar uma nova pesquisa. O estudo classifica a violência em três pontos: acidentes de transportes, homicídios e óbitos por uso de armas de fogo.


Produzido a cada dois anos desde 1998, o estudo analisa a situação e a evolução da violência nas 27 capitais e nas 10 regiões metropolitanas. Recentemente, um novo fenômeno chamou a atenção dos pesquisadores: se até 1999 os pólos de violência eram as grandes capitais e metrópoles, depois disso observou-se o deslocamento da violência para o interior dos estados.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo online. Link para notícia original: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/brasil/conteudo.phtml?id=733251
Postagem: Cris, 2º B.

Um comentário:

Anônimo disse...

A violência é tão devastadora, que seus efeitos é de grande complexidade e de difícil mensuração!Só na ordem econômica, a violência enibe novos empreendimentos, desde loteamentos, comércios, indústrias e prestadores de serviços de toda natureza.Aí temos um efeito cascata, onde a violência vai arasando e levando tudo que há de bom dentro das sociedades legalmente organizadas.
EDNO GANACIM -GRANADO IMÓVEIS-DIR.PUC.