domingo, 17 de fevereiro de 2008

Crime: Site oferece pílulas abortivas e faz entrega via Correios



Suposto médico exige depósito antecipado em conta bancária de Maringá





A internet virou território livre para a comercialização de pílulas abortivas. Além de estimular a interrupção da gravidez indesejada, um site oferece medicamentos para entrega pelo serviço Sedex, dos Correios. A conta para depósito é na agência da Caixa Econômica Federal no shopping Avenida Center, em Maringá, no Noroeste do estado, em nome de Marcos de Oliveira, que se identifica no site apenas como “Dr. Oliveira”. Na lista de médicos com registro no Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) e no Conselho Federal de Medicina não consta o nome de Marcos de Oliveira.

Os medicamentos oferecidos são o misoprotol, conhecido pelo nome comercial Cytotec, por R$ 80 o comprimido, e a mifepristona ou RU 486, vendida como Mifeprex, por R$ 600 a ampola de 5 ml. Por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a mifepristona só pode ser comercializada se trouxer na bula a seguinte advertência: “Este medicamento causa malformação ao bebê durante a gravidez.”. Já o misoprostol tem a venda restrita a hospitais credenciados.

Oliveira oferece as pílulas abortivas no site que traz um e-mail para contato. Simulando interesse nos produtos, a reportagem entrou em contato com o suposto médico, que respondeu, fornecendo o preço dos medicamentos, os dados para depósito e relatórios dos correios referentes a outras entregas. As encomendas foram despachadas a partir da Agência dos Correios Franqueada de Sarandi, na região metropolitana de Maringá.

Para o CRM-PR, conforme ressalta sua assessoria de imprensa, a questão é de saúde pública e é crime, já que a venda de medicamentos pela internet é proibida por lei. A denúncia deve ser feita ao Conselho Regional de Farmácia (CRF) e à Polícia Federal. Se houver envolvimento de algum médico, ele deve ser denunciado ao CRM.

Para o diretor-tesoureiro da Associação dos Farmacêuticos de Curitiba e Região, Gustavo Pires, a prática pode ser enquadrada como tráfico de entorpecentes, pois o Cytotec é um medicamento sujeito a controle especial. “Além da internet, esses remédios, trazidos do Paraguai, podem ser encontrados na Praça Rui Barbosa”, afirma, cobrando ações das autoridades. “Já fizemos denúncias e nada.”

O chefe da Divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal (PF), delegado Adalton de Oliveira Martins, lembra que a PF chegou a apreender comprimidos de Cytotec durante a Operação Placebo. “Mas grande parte das denúncias não tem fundamento”, explica. “Muitas vezes eles prometem entregar e não entregam, o que configura estelionato, crime de competência da Polícia Civil. Em alguns casos, o produto é falsificado.”

Women on Web
O site de Oliveira não é o único a oferecer abortos pela internet. Uma rede internacional chamada Women on Web oferece consultas médicas pela internet para mulheres interessadas em interromper uma gravidez indesejada. As mulheres são convidades a fazer uma doação mínima de 70 euros (cerca de R$ 180), se puderem. Os remédios são enviados pelo serviço postal.

Uma das organizações que integram a rede é a Women on Waves, que percorre o mundo a bordo de um navio. O grupo costuma ancorar a embarcação em águas internacionais, nas proximidades de países em que o aborto é proibido por lei. As mulheres interessadas em interromper a gravidez são levadas ao navio, onde são submetidas ao aborto.

Fonte: Jornal Gazeta do Povo Online. Link para notícia original: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/parana/conteudo.phtml?tl=1&id=738551&tit=Site-oferece-pilulas-abortivas-e-faz-entrega-via-Correios

Postagem: Cris, 2ºB

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