quarta-feira, 13 de maio de 2009

Tudo pronto para júri de Mohammed - assassino da fartoa inglesa Cara Marie

Está confirmado para amanhã (14), a partir das 8h30, o julgamento do estudante Mohammed d'Áli Carvalho dos Santos, de 21 anos, acusado de matar e esquartejar a inglesa Cara Marie Burke, de 17 anos. A sessão será realizada no 2° Tribunal do Júri de Goiânia, em razão da grande quantidade de público esperada, e já tem presença confirmada da imprensa local, nacional e internacional. O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, que presidirá o júri, reservou uma fileira de assentos do plenário aos jornalistas. A Rádio Justiça, administrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é uma das emissoras que transmitirá, ao vivo, o julgamento. Na primeira fase da sessão, serão ouvidas dez testemunhas, cinco de acusação e cinco da defesa. Em seguida, haverá o debate oral entre Ministério Público (MP) e a defesa, com direito à réplica e tréplica.

De acordo com denúncia do MP, Mohammed matou a facadas Cara, em 26 de julho de 2008, às 17h30, em um apartamento no Setor Universitário, localizado na região Leste de Goiânia. Em seguida, esquartejou o cadáver e ocultou suas partes com a ajuda do promotor de vendas Cristiano Cardoso da Silva. O crime se deu porque o estudante temia que a inglesa não cumprisse o acordo de casamento feito na Inglaterra, onde eles se conheceram. Com o objetivo de obter a cidadania daquele país, ele propôs à adolescente pagar uma passagem para o Brasil, desde que eles se casassem. Os dois chegaram a viver juntos, sem qualquer relacionamento amoroso, mas ela se mudou para outro bairro porque estava com medo de Mohammed devido a seu envolvimento com drogas.

Em 28 de julho do ano passado, o corpo de Cara foi encontrado dentro de uma mala preta, às margens do Rio Meia Ponte, na BR-153, no Conjunto Caiçara, em Goiânia. Ele estava envolvido em lençóis e um cobertor, sem a cabeça, as duas pernas e os dois antebraços. Essas partes, exceto a perna direita, foram encontradas no Ribeirão Sozinha, em Bonfinópolis, nos dias 3 e 4 de agosto.

Traslado

Sob o entendimento de que não havia mais necessidade de o corpo de Cara ficar retido no Instituto Médico Legal (IML), o juiz Jesseir autorizou, em 8 de setembro de 2008, o traslado do cadáver para a Inglaterra. Seguindo as normas legais, o representante da funerária Anapax, Altamiro Jacinto de Oliveira, disse, à época, que iria tentar reconstituir parte do corpo e submetê-lo a um tratamento antes de acomodá-lo em plástico especial. O caixão comum, de madeira, conforme as normas, foi colocado dentro de outro, de zinco, e lacrado na presença de fiscais da Anvisa e da Polícia Federal.

Laudos

Por meio do exame de DNA do material colhido do cadáver de Cara, do sangue do Mohammed e de vários objetos relacionados com o crime, um dos laudos que foram entregues ao juiz assegura ser improvável que a inglesa e o estudante tenham mantido relação sexual na véspera do crime.

Outro exame, feito mediante entrevista com alguns dos familiares e amigos de Mohammed, pela Junta Médica Oficial do Poder Judiciário, constatou que o estudante é semi-imputável e psicopata clássico, ou seja, possui perturbação mental, alta periculosidade e tem personalidade anti-social. Em razão disso, a pena dele poderá ser reduzida de um a dois terços, caso os jurados acolham esse diagnóstico e haja condenação. No entanto, o representante do MP, promotor Milton Marcolino, afirmou que Mohammed é completamente imputável e não psicopata.

A defesa, por sua vez, apresentou outro laudo confirmando que Mohammed é portador de transtorno de personalidade anti-social, que caracteriza uma pertubação de saúde mental, aliada à sua dependência de várias drogas. Em razão disso, necessita de um tratamento multidisciplinar, psiquiátrico e psicológico, desenvolvido por terapeuta familiar, em ambulatório.

A avaliação considerou as perdas que Mohammed teve ao longo de sua vida, incluída a do seu pai, aos 2 anos, e a ausência da mãe, ocupada com trabalhos para sustentar dois filhos. Constatou-se ainda que, aos 15, ele se tornou dependente de drogas, consumindo altas doses de cocaína (50g/dia). Portanto, a desestrutura familiar alterou a personalidade do estudante, segundo avaliação. Por causa dos crimes cometidos, Mohammed responderá por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Fonte: Site Jus Brasil Notícias Jurídicas. Link para notícia original: http://www.jusbrasil.com.br/noticias/1059240/tudo-pronto-para-juri-de-mohammed

Postagem: Cris, PUC, Direito, 3o B

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